terça-feira, 19 de março de 2013


Ser pai é, ou deveria ser, uma dádiva. A esta bênção costuma estar associado o momento em que alguém decide abdicar da sua existência egocêntrica e passa a viver em função de um rebento do seu ser. Mas será este conceito tão redutor? Não se pode ser pai e continuar a ser egocêntrico? Deverá um pai viver apenas em função do seu filho? Bem, estas são algumas das questões para as quais há respostas preconcebidas e politicamente corretas, mas nem sempre pacíficas, ou nunca totalmente acertadas, como em tudo na vida: uma falácia entre tantas outras….
Ser pai, quanto a mim deverá ser algo mais elevado, deverá ser a disponibilidade criada para o outro, seja ele consanguíneo ou apenas filho do coração; ser pai deveria ser um presente recebido de sorriso rasgado, mesmo que inesperado; ser pai é o tanto que pode tornar-se tão pouco; ser pai é o nada que é tudo, como o mito pessoano… enfim, apesar de muitas vezes ofuscado pelo brilho de ser mãe, também o é tantas outras facilitado pela mesma mãe que protege  ambos. Assim, a parentalidade não deveria permitir-se conflitos de género, quando ela própria nasce da comunhão dos mesmos; não deveria alimentar-se de brigas infundadas e infantilizadas, quando quem deveria ser o infantil é o que sai mais magoado…
 Ser pai é tudo menos uma data no calendário e parece-me que urge lembrar a importância que cada vez mais tem na perseguição de um bem maior: a criação de SERES mais humanos, de indivíduos capazes de egoísmo e altruísmo, de distinguir o bem e o mal…capazes de Amar, Respeitar e Honrar a sua existência.
Feliz dia aos Pais e aos Filhos!

3 comentários: